sexta-feira, 29 de abril de 2022

A Opressão do Povo Russo

Conforme salientou o escritor Fiódor Dostoiévski, "A melhor definição que posso dar de um homem é a de um ser que se habitua a tudo”.  Esse aforismo, do mestre da literatura russa, parece refletir o espírito de opressão que vive o povo russo desde 1917. Basta observar, por exemplo, o que se passa na economia daquele país, que  concentrada nas mãos de poucos, edificou sobre os destroços de uma revolução comunista, uma poderosa oligarquia, o que só agravou a incapacidade da população de lutar por melhores condições de vida. Além disso, a Rússia, avançando sobre a Ucrânia, imagina poder oprimir também os ucranianos. Os russos sonham em inaugurar, talvez, uma nova ordem econômica-militar.

De certo modo, podemos afirmar que os russos e parte do leste europeu, incluindo os próprios ucranianos, são muito diferentes dos ocidentais. Pois por muito tempo essas populações conviveram com cenários de guerra, o que acabou por forjar pessoas sem perspectivas de futuro. Diferentemente de um alemão, francês ou americano, que almejam carros, viagens e equipamentos tecnológicos de última geração, esses povos aprenderam a viver com o mínimo possível, seja de liberdade seja de bens de consumo, ter um pedaço de terra e o que comer, muitas vezes é o sonho de várias gerações.  

Nessa perspectiva, assistimos a Rússia, um país de imensa riqueza natural, um dos maiores exportadores de petróleo, gás e fertilizantes do mundo, invadir e destruir a Ucrânia para atender aos interesses  dos “amigos do rei”, nesse caso, dos amigos de Putin. Bilhões de dólares serão gastos, milhões de vidas destruídas e, enquanto isso, o povo russo continuará por viver na pobreza, sem liberdades individuais, sem democracia.  

Por fim, o fato de que o homem possa se "habituar a tudo"  acaba por ser uma poderosa arma de controle social, especialmente, nas mãos de um regime corrupto e desumano como é o caso da Rússia. Putin consegue, por um lado, exigir do seu povo sacrifícios, que seriam inimagináveis na cabeça de um ocidental e, por outro, seguir com o seu sonho grandioso de construir uma nova ordem mundial. Portanto, arriscaria a dizer: Estamos entrando numa nova era global, na qual novos regimes surgirão, assim como, novos sistemas econômico-militares ditarão os rumos da humanidade.

 

Por Rodrigo Matos da Silva 

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