Conforme salientou o escritor Fiódor
Dostoiévski, "A melhor definição que posso dar de um homem é a de um ser
que se habitua a tudo”. Esse aforismo,
do mestre da literatura russa, parece refletir o espírito de opressão que vive o povo russo desde 1917. Basta observar, por exemplo, o que se passa na economia daquele
país, que concentrada nas mãos de
poucos, edificou sobre os destroços de uma revolução comunista, uma poderosa oligarquia,
o que só agravou a incapacidade da população de lutar por melhores condições de
vida. Além disso, a Rússia, avançando sobre a Ucrânia, imagina
poder oprimir também os ucranianos. Os russos sonham em inaugurar, talvez, uma nova ordem econômica-militar.
De certo modo, podemos afirmar que os russos e parte do leste europeu, incluindo os próprios ucranianos, são muito
diferentes dos ocidentais. Pois por muito tempo essas populações conviveram com cenários de guerra, o que acabou por forjar pessoas sem perspectivas de futuro. Diferentemente
de um alemão, francês ou americano, que almejam carros, viagens e equipamentos tecnológicos
de última geração, esses povos aprenderam a viver com o mínimo possível, seja
de liberdade seja de bens de consumo, ter um pedaço de terra e o que comer, muitas
vezes é o sonho de várias gerações.
Nessa perspectiva, assistimos a
Rússia, um país de imensa riqueza natural, um dos maiores exportadores de petróleo,
gás e fertilizantes do mundo, invadir e destruir a Ucrânia para atender aos
interesses dos “amigos do rei”, nesse
caso, dos amigos de Putin. Bilhões de dólares serão gastos, milhões de vidas
destruídas e, enquanto isso, o povo russo continuará por viver na pobreza, sem
liberdades individuais, sem democracia.
Por fim, o fato de que o homem possa
se "habituar a tudo" acaba por ser uma poderosa arma de controle social, especialmente, nas mãos de um regime corrupto e desumano como é o caso da Rússia. Putin consegue, por um lado, exigir do seu povo sacrifícios, que seriam inimagináveis
na cabeça de um ocidental e, por outro, seguir com o seu sonho grandioso de
construir uma nova ordem mundial. Portanto, arriscaria a dizer: Estamos
entrando numa nova era global, na qual novos regimes surgirão, assim como, novos
sistemas econômico-militares ditarão os rumos da humanidade.
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